domingo, 8 de abril de 2012

O Espiritismo e a Páscoa


            Jesus, quando esteve na terra, trouxe uma mensagem totalmente inovadora, baseada no perdão, no amor e na caridade.
          Para aquele povo ainda tão materialista e primitivo foi difícil aceitar um novo Messias manso e pacífico, quando esperava um líder guerreiro e libertador da escravidão.
      Os governantes da época temeram ser ele um revolucionário que ameaçaria o poder por eles constituído.
           Por esses motivos, Jesus foi condenado à morte, crucificado, maneira pela qual os criminosos eram executados.
       Como um ser de elevada evolução reapareceu em espírito - não em corpo material - aos apóstolos e a várias pessoas. Assim ele comprovou a existência do espírito, bem como a sobrevivência após a morte física e incentivou a continuidade da divulgação de sua mensagem, missão essa desempenhada pelos apóstolos e seus seguidores.
       A ciência já comprovou a impossibilidade da ressurreição, ou seja, voltar a viver no mesmo corpo físico após a morte deste, pois poucos minutos após a morte os danos causados ao cérebro são irreversíveis, já se iniciando o processo de decomposição da matéria.
        Jesus, portanto, só se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica o fato de só ter sido visto pelos que ele quis que o vissem. Se ele ressuscitasse em seu corpo carnal estaria contrariando as leis naturais, criadas por Deus.
      Sabemos que para Deus nada é impossível, portanto poderia Ele executar milagres. Mas iria Ele derrogar as leis que Dele próprio emanaram? Seria para atestar seus poderes?
          O poder de Deus se manifesta de maneira muito mais imponente pelo grandioso conjunto de obras da criação e pela sábia previdência que essa criação revela, desde as partes mais gigantescas às mínimas, como a harmonia das leis que regem o universo.Através do Espiritismo compreendemos que não existem milagres, nem fatos sobrenaturais.
          A Doutrina codificada por Allan Kadec não possui dogmas, rituais, não institui abstinências alimentares, nem possui comemorações vinculadas a datas comerciais e cívicas. Por isso os espíritas não comemoram a morte nem o reaparecimento de Jesus. O Espiritismo nos ajuda a entender os acontecimentos da passagem de Jesus no plano terra e esclarece que a Páscoa é uma festividade do calendário adotada em nossa sociedade por algumas religiões.
       Para os espíritas a Páscoa, como qualquer outro período do ano, deve ser um momento de reflexão, estudos e reafirmação do compromisso com os ensinamentos do mestre, a fim de que cada um realize dentro de si, e no meio em que vive, o reino de paz e amor que ele exemplificou.
        O maior milagre que Jesus operou, o que verdadeiramente atesta a sua superioridade, foi a revolução que os seus ensinamentos produziram no mundo, apesar da exigüidade dos seus meios de ação.

O Que é Evangelização Espírita Infantojuvenil


[...] educar uma criança e um jovem à luz do Espiritismo
é semear luz pelos caminhos do futuro…
Vianna de Carvalho1
Evangelização Espírita Infantojuvenil é toda a atividade voltada ao estudo da Doutrina Espírita e à vivência do Evangelho de Jesus junto à criança e ao jovem.
 
Sua ação visa:
 
- promover a integração do evangelizando consigo mesmo, com o próximo e com Deus;
 
- proporcionar o estudo da lei natural que rege o Universo e da “natureza, origem e destino dos Espíritos bem como de suas relações com o mundo corporal” (Allan Kardec, O que é o Espiritismo, Preâmbulo); e
     
- oferecer ao evangelizando a oportunidade de perceber-se como ser integral, crítico, consciente,  participativo, herdeiro de si mesmo, cidadão do Universo, agente de transformação de seu meio, rumo à toda perfeição de que é suscetível. (Cecília Rocha e equipe. Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infantojuvenil. 4. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011.)
 
Na Instituição Espírita, a atividade de Evangelização abrange as aulas de evangelização espírita, momento especial de convivência, aprendizado, reflexão, compartilhamento de experiências e construção de vínculos de amizade e de fraternidade entre as crianças e os jovens frequentadores.
 
A ação evangelizadora envolve, ainda, pais e familiares, convidando-os a participarem de grupos ou reuniões voltados ao estudo de temas relacionados à vida em família, fundamentados à luz da Doutrina Espírita.
 
A relevância da tarefa é destacada por vários benfeitores espirituais, dentre eles, Guillon Ribeiro2, ao afirmar que “é imperioso se reconheça na evangelização das almas tarefa da mais alta expressão na atualidade da Doutrina Espírita”; e Vianna de Carvalho1, ao sintetizar que:
 
[...] à Evangelização Espírita Infantojuvenil cabe a indeclinável tarefa educacional de preparar os futuros cidadãos desde cedo, habilitando-os com as sublimes ferramentas do conhecimento e do amor para o desempenho dos compromissos que lhes cumprirá atender, edificando a nova sociedade do amanhã.
 
 
1Vianna de Carvalho (Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 26 de fevereiro de 2007, em Miami, Fla. USA. Fonte: Apostila Entrevista com o Espírito Vianna de Carvalho, FEB, 30 anos da Campanha de Evangelização Espírita Infantojuvenil)

2Guillon Ribeiro (Página recebida em 1963, durante o 1o Curso de Preparação de Evangelizadores — CIPE, realizado pela Federação Espírita do Estado do Espírito Santo, pelo médium Júlio Cezar Grandi Ribeiro. Fonte: Apostila Opinião dos Espíritos sobre a Evangelização Espírita Infantojuvenil, FEB)

Trecho da Gênese

Uma pessoa que se ache no fundo de um vale, envolvido por densa bruma, não vê o Sol. Entretanto, pela luz difusa, percebe que está fazendo sol. Se entra a subir a montanha, à medida que for ascendendo, o nevoeiro se irá tornando mais claro, a luz cada vez mais viva. Contudo, ainda não verá o Sol. Só depois que se haja elevado acima da camada brumosa e chegado a um ponto onde o ar esteja perfeitamente límpido, ela o contemplará em todo o seu esplendor. O mesmo se dá com a alma. O envoltório perispirítico, conquanto nos seja invisível e impalpável, é, com relação a ela, verdadeira matéria, ainda grosseira demais para certas percepções. Ele, porém, se espiritualiza, à proporção que a alma se eleva em moralidade. As imperfeições da alma são quais camadas nevoentas que lhe obscurecem a visão. Cada imperfeição de que ela se desfaz é uma mácula a menos; todavia, só depois de se haver depurado completamente é que goza da plenitude das suas faculdades.  (Allan Kardec, "A Gênese", 33, A Visão de Deus)